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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Amar e Ser Livre ao mesmo Tempo




Ainda estou pesquisando sobre esses amantes, mas não me contive e achei muito necessário compartilhar uma, dentre tantas outras, carta que Henry Miller escreveu para Anais Nin. O conteúdo de suas cartas vai além do que mil e uma pesquisas sobre suas vidas e obras. E, às vezes, é surreal, transcende qualquer crítica literária, refuta qualquer erro de linguagem, e se torna amor em palavras, ou palavras em amor?

Amar e Ser Livre ao mesmo Tempo

Tudo o que posso dizer é que estou louco por ti. Tentei escrever uma carta e não consegui. Estou constantemente a escrever-te... Na minha cabeça, e os dias passam, e eu imagino o que pensarás. Espero impacientemente por te ver. Falta tanto para terça-feira! E não só terça-feira... Imagino quando poderás ficar uma noite... Quando te poderei ter durante mais tempo... Atormenta-me ver-te só por algumas horas e, depois, ter de abdicar de ti. Quando te vejo, tudo o que queria dizer desaparece... O tempo é tão precioso e as palavras supérfluas... Mas fazes-me tão feliz... porque eu consigo falar contigo. Adoro o teu brilhantismo, as tuas preparações para o voo, as tuas pernas como um torno, o calor no meio das tuas pernas. Sim, Anais, quero desmascarar-te. Sou demasiado galante contigo. Quero olhar para ti longa e ardentemente, pegar no teu vestido, acariciar-te, examinar-te. Sabes que tenho olhado escassamente para ti? Ainda há demasiado sagrado agarrado a ti.

A tua carta... Ah, estas moscas! Fazes-me sorrir. E fazes-me adorar-te também. É verdade, não te dou o devido valor. É verdade. Mas eu nunca disse que não me dás o devido valor. Acho que deve haver um erro no teu inglês. Isso seria demasiado egoísta para eu dizer.
Anais, não sei como expressar-te o que sinto. Vivo numa expectação constante. Tu chegas e o tempo escoa-se como num sonho. É só quando partes que eu entendo completamente a tua presença. E, então, é tarde de mais. Atordoas-me.

Tento imaginar a tua vida em Louveciennes, mas não consigo. Walter Pach? Um sonho bêbedo... E além disso, não gosto dele; o porquê não sei dizer. O teu livro? Também parece irreal. Só quando chegas e olho para ti é que o quadro fica mais claro. Mas partes tão rapidamente... Não sei o que pensar. Sim, vejo claramente a lenda de Pushkin. Vejo-te na minha mente sentada nesse trono, com jóias à volta do pescoço, sandálias, grandes anéis, unhas pintadas, estranha voz espanhola, a viver uma espécie de mentira que não é exactamente uma mentira mas um conto de fadas.

Vesti esta noite as minhas calças de bombazina e reparei que estavam manchadas. Mas juro pela minha vida que não consigo associar a mancha à princesa em Louveciennes que priva com guitarristas, poetas, tenores e críticos. Não me esforcei muito para tirar a mancha. Vi-te entrar na lavandaria e encostar a tua cabeça no meu ombro. Não consigo ver-te a escrever «An Unprofessional Study».

Isto está um bocadinho bêbedo, Anais. Estou a dizer para mim «aqui está a primeira mulher com quem posso ser absolutamente sincero». Lembro-me de dizeres: «Tu podias enganar-me. Eu não o saberia». Quando passeio pelos «boulevards» e penso nisso... Não posso enganar-te... E no entanto gostaria de fazê-lo. Quero dizer que nunca posso ser absolutamente leal... Não está em mim. Adoro mulheres, ou a vida, demasiado... Não sei de que gosto mais. Mas ri, Anais, adoro ouvir-te rir. És a única mulher que tem tido um sentido de alegria, uma sábia tolerância... Já não mais pareces querer fazer com que eu te traia. Amo-te por isso. E por que fazes isso? Amor? Oh, é maravilhoso amar e ser livre ao mesmo tempo.

Não sei o que esperar de ti, mas é algo parecido com um milagre. Vou exigir tudo de ti... Mesmo o impossível, porque tu o encorajas. És realmente forte. Até gosto da tua falsidade, da tua traição. Parece-me aristocrática. (Será que "aristocrática" soa mal na minha boca?)

Sim, Anais, estava a pensar em como posso trair-te, mas não consigo. Quero-te. Quero despir-te, vulgarizar-te um pouco... Ah, não sei o que digo. Estou um bocado bêbedo porque tu não estás aqui. Gostaria de bater palmas e... «voilà»: Anais! Quero ter-te, usar-te. Quero fazer amor contigo, ensinar-te coisas. Não, não te dou o devido valor... Deus queira que não! Talvez até queira humilhar-te um pouco... Porquê, porquê? Por que é que não me ajoelho e te adoro? Não consigo. Amo-te risonhamente.

Gostas disso?
Querida Anais, sou tantas coisas. Tu só vês as coisas boas agora... Ou, pelo menos, levaste-me a pensar isso. Quero-te pelo menos durante um dia inteiro. Quero ir a sítios contigo... Possuir-te. Não sabes o quão insaciável sou. Ou o quão tortuoso. Ou o quão egoísta!

Tenho-me portado bem contigo. Mas aviso-te de que não sou um anjo. Penso principalmente que estou um pouco bêbedo. Amo-te. Vou para a cama agora... É demasiado doloroso permanecer acordado. Amo-te. Sou insaciável. Vou pedir-te para fazeres o impossível. O quê, não sei. Provavelmente dir-me-ás. És mais rápida do que eu. Adoro a tua ***, Anais... Põe-me louco. E o modo como dizes o meu nome! Deus, é irreal. Ouve, estou muito bêbedo. Dói-me estar aqui sozinho. Preciso de ti. Posso dizer-te qualquer coisa? Posso, não posso?
Vem depressa então, e faz amor comigo. Explode comigo. Enrola as tuas pernas à minha volta. Aquece-me.



Henry Miller, in "Carta de Henry Miller a Anais Nin, 1932"

terça-feira, 6 de setembro de 2011







Quando tudo parece opressão, mas você não reconhece a palavra desistência.
Não sei ao certo como classsificar isso,mas me persegue.Talvez loucura? Não ,é muito pouco.Talvez seja medo de querer amar . Só uma grande parte de vida é feita de amor, que seria a tal da felicidade(?).
Momentos em que parece que tudo irá explodir,e você já não aguenta mais então pensa em várias maneiras de como transmitir esse fim,mas não encontra a forma certa.Logo pensa que está desisitindo por fraqueza.Mas sabe que não é.
Você quer a paz , mas sabe que sentirá falta do tormento que ele faz.
Você não quer mais desavenças ,mas sabe que quer debruçar no abraço dele.
Você quer a liberdade , mas sentirá falta da liberdade que ele te causa.
Você diz que quer amor , e sabe que o dele é raro.
Então você desiste da sua própria desistência.
Sabe que a perda,será mais dolorida que a insistência. 
Tenta por tudo no lugar, reparar uns erros,lembrar de bons momentos, e confirmar que ,apesar dos pesares ,tudo vale a pena.


Para ler ouça : Adele - Someone Like you 

domingo, 4 de julho de 2010

Tentando acreditar


Não.Não estou reclamando de nada do que você tenha me dito.Tudo é perfeito,tudo o que sempre quis ouvir de alguém , assim como você.Você é diferente, um tipo de irritante que me faz feliz (me desculpe pela descrição),seu abraço é tão reconfortante,os beijos que você me dá na testa,me fazem me sentir especial,de alguma forma, você me faz rir com o seu jeito de ser , me tira do sério com seus ataques de ciúmes ,e o melhor, me encanta cada vez mais.Não sei exatamente o que está se passando dentro de meu coração, apenas sei ,que o mais difícil nele,é conquistar.Queria,realmente poder ter certeza,de tudo o que lhe digo,e acreditar em tudo o que você me diz.Errei ,e aprendi, e não quero repetir o mesmo erro novamente.Não me culpe,e não se culpe.Enquanto tudo parece fluir normalmente, vamos curtir,não quero te perder tão cedo assim.Mas também não quero me machucar tão cedo assim.Não me entenda mal, eu realmente quero te ter mais perto, mas também quero ter o meu tempo e espaço.Me entenda,meus sonhos as vezes vão mais altos do que eu posso ir, mas o céu sempre será meu limite.Sonhe comigo,mas com um pé no chão, pois as vezes nas viagens longas alguém vai acabar voltando sozinho pra casa,e eu não quero ter de voltar sem você.Não te prometo nada, apenas o que posso lhe dar.Nunca se esqueça de dar tempo ao tempo , pois a pressa é inimiga da perfeição.Só espero que seja pra ser desta vez. Espero não errar.Estou tentando acreditar.


Não sei qual será o amanhã,mas espero que você esteja lá.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Coração Nômade



Uma vez me disseram que todos um dia amam, e isso me atormentou por muito tempo. Não que eu seja a mais seca das rosas, mas eu nunca consegui manter nada. Não que eu seja a garota mais diferente do mundo, porque eu sei que não sou. Uso calça jeans, me preocupo com a minha franja no calor e passo meu tempo pensando em besteiras. Mas é que por dentro, eu sinto algo diferente. Algo que já tentei descrever em milhares de textos e poemas, não consigo. Mas, por você tentarei explicar, mesmo que inutilmente o que sinto agora. Espero que eu não mude de opinião até você leia, as vezes acontece. Já me apaixonei por vários garotos, de todos os tipos, jeitos e defeitos. (defeito deveria ficar em letra maiúscula você não acha?) e nada durou por mais que um ano. Não pense mal de mim, apesar de as vezes eu também achar que não presto eu sei que sou uma boa garota. Se não sou, tento. O problema não é exatamente a intensidade, porque nos primeiros dias eu viro uma típica idiota apaixonada . Daquelas que muda o trajeto da escola, ensaia o que vai dizer e fica vermelha só de pensar. Digamos que o problema seja em manter tudo isso. Quando o que eu quero se torna realidade eu abandono, ou melhor, meu coração me abandona. Eu simplesmente paro de sentir. Então, os defeitos começam a aparecer e quando dou por mim, já não consigo nem olhar. Se era amor? Acho que não. Mas também não sei dizer o que era, porque enquanto habitou em mim, fez festa. E toda festa tem acabar uma hora não tem? Pelo menos a minha acaba sempre. E claro, deixa vestígios. Restos insuficientes para uma nova comemoração mas suficientes para me fazer escrever. É por isso que estou aqui, se é que você me entende. Eles no começo são o meu motivo justamente por eu não ser o deles. Isso não é algo legal de se dizer, acredite foi difícil admitir no começo. Os únicos caras que eu ainda penso, são os que me deixaram antes que tudo acontecesse. Quando digo tudo, você sabe do que eu falo NÉ? Esses foram o que mais me fizeram sofrer, disso não tenho dúvida alguma, mas foram também os que me fizeram ver o outro lado da história. Como é o ficar, e não o ir. Mas isso não interessa agora, também não acredito que meus sentimentos por eles sejam algo parecido com o amor. Acredito que seja vontade de colocar um ponto final em uma frase que parou em vírgula. Infelizmente minhas frases nunca são as últimas do texto.

Eu sofro da doença que eu chamo de coração nômade. E estou em busca de um lugar para dormir essa noite. Você sabe de algum?


Autora : Bruna Vieira